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  • Foto do escritorAline Moerbeck

EXERGAR ALÉM DO QUE SE VÊ.

Durante muitas madrugadas finalizando a minha dissertação de Mestrado e curtindo um pouco daquele momento tenso, mas prazeroso, entre leituras e construção do arcabouço teórico, pude me deparar com diversos autores. Alguns me trouxeram conhecimento e outros me tocaram a alma. Me permitiram questionar sobre o meu papel no mundo, sobre meus conceitos, ideias e vertentes. Sobre olhares, escolhas, caminhos. Sobre de que maneira é possível não só pesquisar, mas como poderia através de minhas lentes como pesquisadora enxergar além do que se vê.


Tão logo, não há como retroceder quando nos deparamos com as belezas que a leitura pode nos dar, não só pela sua profundidade e conhecimento, mas por permitir olharmos a vida com novas lentes e novos ângulos. O pensamento é livre e o aprendizado também deve ser, apesar de estarmos vivendo tempos estranhos e invertidos. Diante do aumento dos horrores políticos, educacionais e culturais sepulta-se paixões e utopias, dando lugar a desesperanças. Contudo, é preciso resistir, insistir, criar condições de autonomia e liberdade para pensar e agir.

Esse sentimento de revolução, que confronte qualquer forma de totalitarismo ou enquadramento. É dar ênfase a uma educação com pluralidade de ideias, fundada na independência complexa entre os diferentes saberes que constitui um sistema aberto de conhecimento. Um saber crítico. Uma epistemologia da luta contra a injustiça (Santos, 2006). De olhares mais atentos e acurados. São inúmeras as linguagens de dignidade humana e se existentes são mesmo compatíveis com as linguagens dos Direitos Humanos? A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos, afirma à filósofa Hanna Arendt.


As diversas tensões marcadas por um período de reinvindicações e inquietações sociais de luta por garantias de Direitos Humanos e direitos básicos como educação e livre expressão e pensar tem sido o foco central nos últimos tempos. De fato estamos passando por um período bem difícil e o que está em jogo não são apenas fatores presentes ou pretéritos, mas a ameaça de um futuro democrático. Porque o pensamento é e deve ser livre. Uma vida sem pensamento livre é totalmente possível, mas ela fracassa em desabrochar a sua própria essência, ela não é apenas sem sentido, ela não é totalmente viva e livre, afirma Hanna Arendt. Porque a educação é a arma mais poderosa que podemos ter. Uma educação para e pelos Direitos Humanos, onde a ideologia de ideias e conhecimentos diversos seja a verdadeira utopia. Que possamos ter esperança e resistir, porque acredito em um futuro baseado em uma educação transformadora com mais livros e menos armas.



Aline Moerbeck da Costa

Pesquisadora e Doutoranda em Família na Sociedade Contemporânea.

Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos/Universidade Católica do Salvador.

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