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  • Foto do escritorMariana Risério

Carinhos, fotografias e bolo de limão.

Um dia desses, eu passei a tarde arrumando fotos antigas. Amo fotografia, seu poder de nos tirar do momento presente, nos levando para aquele momento retratado e nos fazendo resgatar e sentir os mesmos sentimentos congelados ali nas imagens. Devo muito a minha mãe, pois quando eu era pequena, a câmera analógica (às vezes descartável, até chegar na digital) vivia pendurada em seu pescoço e graças a ela tenho muito registrado e guardado, não só no coração, mas nos álbuns.

Com essa arrumação, pude traçar a cronologia de situações significativas na minha vida... essa visita me arrancou sorrisos e também me deixou orgulhosa, por diversos motivos, como o amor que recebi da minha família e que certamente formou minha compreensão de mundo e também pelo fato de eu preservar os mesmos e grandes amigos desde que me entendo por gente. As mesmas meninas dançando é o tchan e sandy e junior, fazendo caras e bocas, vivendo experiências de adolescência, primeiros amores, bebedeiras... virando meninas-mulheres nas alegrias e complicações da vida, mas ainda unidas. Assim como os meninos, presentes nas festas, farras, papos e descobertas. Tudo isso transcendo o papel fotográfico, demonstrando verdade e emoção.

Esses dias, também, fui fazer um bolo de limão e, durante o processo terapêutico de bater a massa e cozinhar, lembrei que quando eu era pequena não gostava de colocar a mão na manteiga e pensei em como acho isso prazeroso hoje em dia. Pensei em Alana, minha amiga, que escreveu um texto lindo de uma inspiração que surgiu enquanto ela cortava cebolas, pois eu lhe tinha contado que Dicinho - amigo que herdei de meu pai -, brigou com um amigo pelo jeito errado que ele cortava cebolas. Pensei em minha vó e em seu bolo de laranja delicioso. Mas, principalmente, pensei em como agora eu adorava untar a assadeira.

Nesses últimos tempos eu tenho pensado sobre o passado, sobre meus caminhos e escolhas e sobre o ato - nem sempre leve - de abraçar esse mesmo passado pois foi ele quem me fez. Por isso, eu não posso dizer que gostaria de dizer para a minha versão criança "relaxa, que vai dar tudo certo" ou algo do tipo, pois também meus momentos de desespero e ansiedade me trouxeram aqui... mas se fosse possível, gostaria de dar um grande abraço em minha versão pequenininha.

Reviver o meu trilho até aqui, graças aos retratos, me inspirou e fortaleceu... beirando os 30 anos posso dizer que dei risadas bem dadas, e também chorei sinceramente e sofri, com isso compondo meu yin e yang, me trabalhando para não me fechar em verdades imutáveis e intransigentes. O bolo de limão solou, mas meu amigo xuxu me disse que adora bolo solado.


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